Mural de AVISOS

"A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei."


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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Privação - expressão vs. opressão

Nas palavras do mestre: Não julgue.


Não concordar é diferente de julgar. O julgamento traz em si a condenação e privação de alguma liberdade.

No caso dos homossexuais, mais de 78 direitos negados (isso mesmo! clique aqui e veja). Independente de gênero, somos todos cidadãos. Isso significa que todos, em tese, deveríamos ter nossos direitos civis assegurados. Independente de cor, crença, raça, sexualidade e... identificação de gênero.

É desconsiderando isso que a bancada evangélica tem agido no congresso. É pegando a religião, algo tão pessoal e de cunho apolítico, e transformando em parte do estado. Da mesma forma que, coisa que criticamos tanto, em diversos países cristãos são perseguidos e até presos por praticarem sua fé (o simples fato de um fazer culto!), a massa cristã tem agido dessa forma com aqueles que não professam a mesma fé que eles. Irônico, não?!

Se não bastasse a privação do que os pertence (direitos civis) ainda existe a tal homofobia. Homossexuais, bissexuais, trans, lésbicas (...), etc. sofrem todos os dias o preconceito nas mais diversas situações. Podem ter atendimento negado, são impedido de manifestações de afeto (em locais que heteros podem manifestar-se afetivamente), perdem vagas de emprego, apanham na rua, são mortos, adolescentes sofrem bullying na escola de forma EXTREMAMENTE cruel e mais um tanto de coisas que poderiam ser citadas.

Para mudar esse quadro, foi criada a PLC122, que significa Projeto de Lei da Câmara, com a proposta de criminalizar a homofobia. Da mesma forma que você, cristão, não gosta de sofrer preconceito por sua religião, saiba que não é nada gostoso sofrer por causa de sua sexualidade.

A emenda apenas acrescentara uma pouca coisa na lei, mas muito significativa para os LGBTS e para todo aquele que luta por um mundo menos intolerante.
"Art. 1º A ementa da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação: “Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero."

E, diferente do que bancadas pregaram para dar uma imagem ruim à lei diante do povo cristão, "§ 5º O disposto no caput deste artigo não se aplica à manifestação pacífica de pensamento decorrente de atos de fé,fundada na liberdade de consciência e de crença de que trata o inciso VI do art. 5º da Constituição Federal". Ou seja, em momento algum haverá o fim da liberdade religiosa!

Paulo diz que não devemos nos conformar com esse mundo, mas renovar nossa mente. E eu concordo. Não devemos nos conformar com um mundo preconceituoso, intolerante e cheio de ódio. E renovar nossa mente, não nos permitindo ser manipulados pelo senso-comum e opinião midiática vazia, que apenas querem reproduzir um pensamento conservador e que beneficia apenas os que já são privilegiados.

Muitos irão justificar que a homossexualidade é pecado, e deve-se lutar contra ela. Tudo bem, mas chegamos ao fim do antigo testamento, e punir alguém por seus pecados ficou para trás. A luta contra o "errado" diz respeito a cada um, e cabe unicamente à propria pessoa ponderar o que lhe é certo ou não. Se quer lutar de alguma forma, que sua luta seja em oração e amor, e não em privação. Paulo, em ICo, diz várias coisas sobre o amor. Em momento algum diz "se amar julgue, prive e escolha por quem você ama. E claro, cuide da vida afetiva-sexual de quem se ama."

Como disse um nobre deputado em seu twitter esses dias: LIBERDADE DE EXPRESSÃO (de crença, inclusive) NÃO É LIBERDADE DE OPRESSÃO!

Para não cair no senso-comum de repetir o que outros dizem sobre a PLC122, que até que é "do diabo" já ouvi, leia-a. É curta e você não vai perder mais que 3 minutos fazendo isso. Fica o link:
PLC122 - Leia e entenda!





Lembre-se: é a VOCÊ que poderiam estar privando.

Martin Niemöller, 1933 (símbolo da resistência aos nazistas)
Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas, mas, como eu não era comunista, eu me calei. Depois, vieram buscar os judeus, mas, como eu não era judeu, eu não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, eu me calei. Então, eles vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu me calei. Então, quando vieram me buscar... Já não restava ninguém para protestar.

sábado, 28 de maio de 2011

Assim são as religiões...

Viviam, num país do oriente, 5 cegos que mendigavam juntos à beira de um caminho. Eram amigos em virtude de seu infortúnio comum. Todos tinham um grande desejo. Já haviam ouvido falar de um animal extraordinário, enorme, chamado elefante. Tão maravilhoso era o dito animal que muitos afirmavam que ele era divino. Mas eles, pobres cegos, nunca haviam estado com um elefante. Ah! Como gostariam de conhecer um elefante. Aconteceu, porque Alá ouviu suas preces, que um domador de elefantes foi por aquele caminho conduzindo seu animal. Foi uma festa! A criançada gritando, homens e mulheres falando. Ouvindo tal rebuliço os cegos perguntaram: " O que está acontecendo?" "Um elefante, um elefante", responderam. Eles se encheram de alegria e pediram ao domador que os deixassem tocar o elefante, já que ver não podiam. O domador parou o animal e os cegos se aproximaram. Um deles foi pela traseira, agarrou o rabo do elefante e ficou encantado. O segundo foi pelo lado, abraçou uma perna e ficou encantado. O terceiro apalpou o lado do elefante e ficou encantado. O quarto passou as mãos nas orelhas do elefante e ficou encantado. E o último segurou a tromba e ficou encantado. Ido o elefante os cegos começaram a conversar. "Quem diria que o elefante é como uma corda!", disse o primeiro. "Corda coisa nenhuma", disse o segundo. " É como uma palmeira". "Vocês estão loucos", disse o terceiro. " O elefante é como um muro muito alto." "Vocês não são só cegos dos olhos", disse o quarto. " São também cegos da cabeça. Pois é claro que o elefante é como um ventarola." " Doidos, doidos", disse o quinto. " O elefante é como uma cobra enorme..." Por mais que conversassem eles não conseguiram chegar num acordo. Começaram a brigar. Separaram-se. E cada um deles formou uma seita religiosa diferente: a seita do deus-corda, a seita do deus palmeira, a seita do deus parede, a seita do deus ventarola, a seita do deus cobra...Assim são as religiões.

Ruben Alves

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Reino de Deus?

   O "evangeliques" tem nos ensinado a propagar o Reino de Deus, a enche lo com as almas perdidas e que estão longe. Esse ensinamento tem sido o principal do cristianismo, não só o moderno, mas desde do século I d.C, mas este reino é um templo como muitos tem pregado? uma instituição? uma religião? Paulo disse uma vez que o Reino de Deus não é comida e nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Particularmente não sou muito fã desse autor, mas não tenho como não usar como base de minha concepção sobre o tema suas palavras. O verdadeiro reino não é aquele que anda junto com a injustiça, não prega o ódio , não se alimenta do medo de um inferno e da tristeza gerada pela culpa, o verdadeiro reino é aquele onde a discriminação não cabe, compreendendo  plenitude que existe no amor transformador, sendo a verdade reinante. A verdade dita aqui não é aquela pregada pelo ponto de vista, não é um livro de regras, uma pregação inspirada, uma música bem entoada, não é o inferno, não é um paraíso**, mas sim o caminhar junto, a paz com todos, o amar como a ti mesmo. Essa verdade é o pilar desse reino, que não é comida, que não é o dinheiro, o muito falar, o muito sofrer, esse reino, o Reino de Deus, não pertence as construções materiais, ao palpável, mas sim aquilo que pode tornar se eterno, a justiça, a paz e o amor e, é esse reinado que devemos buscar estabelecer. 

obs: ** Não estou descartando a existência de ambos, como nunca morri não sei afirmar. rs

Naor Franco

terça-feira, 17 de maio de 2011

Palavras repetidas

A Terra tá soterrada de violência
de guerra, de sofrimento, de desespero
a gente tá vendo tudo, tá vendo a gente
tá vendo, no nosso espelho, na nossa frente
tá vendo, na nossa frente, aberração
tá vendo, tá sendo visto, querendo ou não
tá vendo, no fim do túnel, escuridão...
tá vendo a nossa morte anunciada
tá vendo a nossa vida valendo nada
tô vendo, chovendo sangue no meu jardim
tá lindo o sol caindo, que nem granada
tá vindo um carro-bomba na contramão
tá vindo o suicida na direção

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar, na verdade não há"

A bomba tá explodindo na nossa mão
o medo tá estampado na nossa cara
o erro tá confirmado, tá tudo errado...
estupidez, um erro simplório
a bola da vez, enterro, velório
perda total, por todos os lados
do banco do ônibus ao carro importado
teu filho morreu? meu filho também
morreu assaltando, morreu assaltado
tristeza, saudade, por todos os lados
tortura covarde, humilha e destrói
eu vejo um Bin Laden em cada favela
herói da miséria, vilão exemplar
tortura covarde, por todos os lados...

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar, na verdade não há"

Sou um grão de areia no olho do furacão
em meio a milhões de grãos
cada um na sua busca, cada bússola num coração
cada um lê de uma forma o mesmo ponto de interrogação
nem sempre se pode ter fé
quando o chão desaparece embaixo do seu pé
acreditando na chance de ser feliz
eterna cicatriz
eterno aprendiz das escolhas que fiz
sem amor, eu nada seria
ainda que eu falasse a língua de todas as etnias
de todas as falanges, e facções
ainda que eu gritasse o grito de todas as Legiões...

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar, na verdade não há"


- Gabriel Pensador

sábado, 14 de maio de 2011

Devaneios

Me vejo deixando a pretensão de Hegel e voltando a humildade de Sócrates: "Só sei que nada sei".
Descobri que sou humana. Demasiada humana. Contraditória e incoerente. Cansei de maquiar minhas mazelas. Cansei de buscar perfeição. Sou pequena, frágil, paradoxal...
Quero olhar para meu próximo e me ver tão fraca quanto ele. Quero destruir o muro que a religião construiu entre nós. Quero destruir do meu intimo o (pre)conceito de santo e profano.
Embora seja uma navegante constante no oceano do ceticismo, continuo crendo. Em quem tenho crido? Difícil dizer. Creio no amor. Creio no Deus indefinível - partindo do clichê de que definir é limitar.
Não acredito na religião. Não acredito na bíblia como sagrada. Não acredito nos homens. Não acredito em mim!
À parte isso começo enxergar vida. Não é nada claro e nítido ainda, mas todas essas imperfeições me remetem a algo Perfeito.
E é em meio a confusões e fragmentos de luz que vou seguindo. Dia após dia reconhecendo minha pequenez e, por que não, a minha dependência?!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Como é difícil pensar fora da caixa

Li esse texto do Ricardo Gondim e gostaria de fazer das dele, completamente, as minhas palavras.
Jaas

"...Pensar não é difícil. Pode ser perigoso, mas não é complicado; pode ser trabalhoso, mas não é proibido.
Prefiro correr o risco de me expor às ameaças de um grupo que me rotula como herege peçonhento a ser encabrestado por um mestre obtuso e preconceituoso. É muito mais digno ter opinião própria do que regurgitar preconceitos mal digeridos por alguém.
A religião tenta preservar-se. Para isso, cria “guantánamos”. Os “Galileus”, que ousam afirmar suas constatações, são odiados por sacerdotes até que se retratem.
Quando alguém se arrisca e pisa fora do quadrado, é caçado, como João Huss que não se conformou com as viseiras farisaicas que lhe foram dadas. Alguns, como Martin Luther King, que não se curvou ao status quo, precisam sumir.
A religião de certezas não tolera uma espiritualidade que aceite quaisquer incertezas. O fariseu precisa de sistemas herméticos para que sua opinião permaneça. Na base da certeza religiosa está a escassez de diálogo. Merecem castigo os que se abrirem à verdade que não consta nos autos de fé. Diante do dogmatismo, quem se atreve a pedir explicações ganha o exílio.
A elite eclesiástica rotula de apóstata quem tenta olhar por cima das cercas dadas. Ela acha danoso ver se há vida fora do seu pequeno catecismo. Ao religioso não interessa defender o livre pensar. Melhor criar um ambiente de ojeriza aos “rebeldes” para que se duvide o que eles afirmam antes de mesmo de ser dito.
Lamentavalmente, o problema não vem só do censor. Nem todos gostam da liberdade, alguns preferem a canga, o jugo do espírito de manada; cabisbaixos, obedecem, odeiam, rejeitam, sem questionar..."

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Bem aventurados os misericordiosos

Não consigo expressar em palavras o que ando pensando já faz algum tempo, mas me identifico constantemente com muito do que leio e gostaria de continuar compartilhando com vocês tais textos.
Jaas!

"Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Este é um dos mais perfeitos ensinamentos do Senhor Jesus. É simples, direto e abrangente. (...)
Não importa o quanto você seja diferente de outro ser humano. Importa mesmo para o Pai é como você se relaciona com ele... É necessário ser cada vez mais misericordioso com qualquer um que pense diferente de você. Quem, sendo evangélico, gostaria de ser criticado por sê-lo? Quem, sendo católico, também gostaria de ouvir críticas à sua fé? Então, porque criticar espíritas e umbandistas? Será que os auto-denominados cristãos realmente não fazem nada de errado? Nada que desagrade ao Pai? E de que forma eles querem pleitear misericórdia com Deus se são incapazes de oferecer misericórdia a quem eles consideram pecadores?
O meta-apóstolo Paulo, em uma de suas mais infelizes distorções das palavras de Jesus de Nazaré, afirma: "Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os mentirosos herdarão o reino de Deus". Enquanto o Senhor Jesus afirma claramente que para alcançar o Reino de Deus é necessário essencialmente ter misericórdia pelo próximo (entendendo o próximo como qualquer um e não apenas como aquele que pensa e age como nós), Paulo, em um rasgo de falta de misericórdia com os coríntios, lista uma infinidade de supostos vícios que, inequivocamente, deixariam as pessoas que os praticam de fora do Paraíso.
Um religioso, por padrão, realmente escapa com facilidade de alguns destes "vícios". Pelo menos teoricamente não são devassos, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem bêbados. Porém, certamente, algumas vezes incorrem no pecado de serem injustos, idólatras, avarentos, maldizentes e mentirosos. E então? Aceitariam os religiosos serem tratados por Deus com a mesma falta de misericórdia com que querem que os devassos, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões e bêbados sejam tratados? Porque o discurso é sempre o mesmo: efeminados inexoravelmente irão para o inferno, idólatras também. Esquece o religioso reformista que ele mesmo é um idólatra. Idolatra a Bíblia, idolatra acidentes geográficos (como ter como sagrado o Rio Jordão apenas pelo fato do Cristo ter ali se batizado) e, por fim, idolatra o próprio Senhor Jesus como se Deus fosse, algo que o Filho do Homem jamais quis para si e sempre que podia repudiava.
Então, em vez de apontar o dedo para aquele que pensa diferente de nós e decretar desde já sua descida ao inferno, que tal experimentar ter misericórdia com ele? Que tal entender que ele é diferente de nós, aceitá-lo como é e tentarmos fazer a nossa parte, já que, nós mesmos, estamos sempre em débito com Deus?
Eu mesmo, pecador assumido, tenho muita misericórdia daqueles que preferem seguir os ensinamentos de Paulo em detrimento aos do Senhor Jesus. (...)
Que o Pai tenha misericórdia de mim, dos efeminados, dos idólatras, dos mentirosos, dos devassos, das ovelhas enganadas e até mesmo dos lobos devoradores. Perdoe-nos, Pai, pois nós não sabemos o que fazemos."