Mural de AVISOS

"A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei."


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sábado, 26 de fevereiro de 2011

a dor cética

Falam que o caminho cristão é estreito e blá blá blá. Pra variar, discordo. O caminho do ceticismo é bem mais complicado. Antes que me acusem de louca, faço minha defesa:
É difícil fazer alguma cagada e não ter um ser superior a quem recorrer.
É duro não ter aquela esperança idiota de que algum modo as coisas vão se resolver sem que você mova uma palha sequer.
É duro não ter a certeza de que existe uma ''pessoa de Deus'' especialmente designada à você.
É muito, muito difícil não crer que "Deus está escrevendo sua história".
Não é confortável viver sem um bode expiatório moral. Viver sem um psicólogo invisível disponível 24h.

Alguns irão argumentar que o que crê em Deus tem deveres morais diante dEle, e que é muito complicado isso. Mas eu digo que ter deveres morais consigo próprio e com os outros é muito mais complicado. O tal Deus, por mais que quando se trata dos outros o idealizemos como um algoz terrível, quando se trata de si próprio é na maioria das vezes visto como o Pai Bondoso e Perdoador. E o Bondade em Essência tudo perdoa, mas os outros não, o ''eu'' não.

Por isso, meus amigos, um apelo somente: Que a descrença alheia não seja tratada como ''escárnio, falta de vergonha na cara, coisa de mal caráter, querer ter uma vidinha fácil e imoral".
Não é assim que as coisas funcionam. Não falo aqui como uma atéia, cética ou mesmo agnóstica, e sim apenas como alguém que tem seus momentos de descrença. Tão amorosos cristãos, sejam um abraço acolhedor e perdoador aos que sentem dor sem ter uma ''tábua da salvação moral'' como ''bode expiatório", como vocês costumam ter.

Beijos, Julia.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

a esperança é a ultima que morre

"Agora permanecem estas três coisas: a , a esperança, o amor; mas a maior de todas é o amor."

Agora. Agora permanecem estas três coisas, mas e depois? Ouso, em partes, desafiar o versículo. Ou não. Depende de sua interpretação, leitor amigo.
A ação morre. Resignamo-nos e deixamos que a vida se adapte a ela mesma, que o destino seja o senhor de nossa vida, e tudo aquilo que havia sido tomado como resolução, seja anual, diária, ou mesmo não escrita em lugar algum, deixa de ter algo as impulsionando de forma concreta. As circunstâncias nos cansam, detonam as forças, decidimos parar. 
Mas ainda há fé, não? Aquela crença tão grande, absurda, irracional. Porque, vejamos bem, meus caros... se não há ação, só com fé, mesmo. ''O Senhor fará". ''O tempo dirá'', etc. Ela acaba. Combatemos o bom combate? Não mais. Completar a carreira? Menos ainda. Quem dirá então, guardar a fé.

A esperança é engraçada, pois mesmo o mais cético a tem. É realmente aquela coisa de esperar sei lá o que, seja lá o que for. Aquela expectativa muitas vezes besta, que a gente mal sabe em que! Nisso se difere da fé, ao menos eu meu olhar: sabemos no que temos fé. O que ao certo esperamos da esperança, muitas vezes não. É como o medo e a angústia.
Graças a Deus, ela morre. Sim, graças a Deus. É por culpa da esperança que muitas vezes botamos expectativas em situações inexistentes, em sentimentos que, na verdade, ninguém nunca sentiu, em projetos falidos...
Por mais que venha a ser fôlego em algum momento, em outro se torna falta de tal. E, graças a Deus, repito, MORRE.

Sobra então o amor. E o conceito é abstrato, mas a existência é concreta. Amor pelo outro, amor pela idéia... Amor ao menos por si, para ter forças de continuar aguentando esse ciclo tão peculiar. Ação, fé, esperança. Morre, desmorre, vive, desvive. Ao menos amor pela vida, pra poder continuar aguentando toda essa confusão e ciclo que renasce sempre.

Acho que é isso. E mais uma vez, só acho.
Espero que ao menos um consiga decifrar esse embolado de palavras que nem eu mesma sei se entendi rs.
Beijos!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

a cantiga de deus

a cantiga de deus

Querem extirpar meu clitóris
Arrancar meu prazer:
"Menina, não chore.
Prometemos, não vai doer."

Querem sumir com a liberdade
Me colocando medo.
Dizem "pecado é a vaidade,
Se converta enquanto é cedo."

Querem me condenar ao inferno
Censurando o que digo.
Falam "esteja aqui, mais perto,
Prometemos ser amigos."

Mas um dia veio deus
Entoando uma cantiga,
Disse "Não tema os fariseus,
Vá viver a sua vida."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O paradoxo de Deus

Jesus nada provou. Apenas se revelou como o óbvio para os que crêem com ou sem informação histórica. Veracidade da informação esta, discutível ou não.

O paradoxo de Deus é ser real, sem existir.
O paradoxo de Cristo é ser o reconciliador da história da existência antes dela irromper.
O paradoxo de Jesus é deixar-se existir, tornando-se insuficiente na existência como o ‘Deus que existe’ mesmo a despeito do seu reconhecimento histórico.


O que faz Deus ser real a percepção humana independe do reconhecimento histórico e da veracidade da informação.
Quem vê Deus, não o viu; tornou-se como ele. Deus pode ser mais real num bom ateu do que num mau crente.

Difícil de entender? E quem disse que era para ser fácil?
Quem disse que deveríamos ver para crer, entender para saber?
Eu creio em Deus.

‘Eu sei Deus’.
Queremos ver e entender para departamentalizar.

Muitos ‘perseguidores’ de Deus se sentarão a ‘Grande Mesa’ porque sempre creram e ocuparão os lugares de muitos evangélicos, por exemplo, que pensaram que creram.
Se os cristãos desistissem de 'provar Deus', o encontraria em pessoas diferentes, culturas diferentes, lugares diferentes.
Se os cristãos desistissem de 'provar Deus', muitas pessoas o encontraria em Jesus Cristo.


A demografia dos filhos de Deus seria reconhecida numa espécie de Pangéia da existência, sem fronteira, sem tantos confrontadores entre si, sem tanta rivalidade e sem tantos grupinhos ordinários feitos em séries.
Quem crê em Deus, crê independente de saber que crê. Se eu fico sabendo, bem aventurado sou, logo, digo: eu creio!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mas que estranho!

O ''cristianismo'' nos afirma que há um homem invisível, que vive no céu e vigia tudo o que fazemos, o tempo todo. O homem invisível tem uma lista de 10 coisas que ele não quer que a gente faça. Se você fizer qualquer uma dessas coisas, o homem invisível tem um lugar especial, cheio de fogo, fumaça, sofrimento, tortura e angústia onde ele vai lhe mandar viver, queimando, sofrendo, sufocando, gritando e chorando para todo o sempre. Mas ele ama você! (George Carlin)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Memórias.

Se tem uma coisa que me intriga, são histórias. Começo a ler Madame Bovary e sou tomada de uma inquietação que mal pode ser descrita. Capitães da Areia me tira o fôlego. Fernão Capelo Gaivota me leva a sonhar. Todos mentira. Não que as lições e enredo não possam, de forma ou outra, se concretizar de forma real. Mas foram coisas que, de fato, não existiram. E não é esse o tipo de história que gerou em mim tanto intrigamento.
Segunda semana de aula. Matéria: ''História Geral - História Moderna". Um dos temas abordados, mesmo que sem a mínima profundidade naquele momento, foram as reformas religiosas. Tão estranho pensar em todos esses engenhosos acontecimentos, de fato, existindo. Imaginar Lutero e todos aqueles escritos colados na porta de uma igreja. Imaginar, imaginar, imaginar. E saber que aconteceu. É engraçado começar a puxar a linha disso tudo, começando pelo fim, e tentar organizar os fatos de forma a tentar descobrir de que forma isso influencia o recente, atual, hoje.
Ainda inspirada pelas reformas, comecei a lembrar das mais recentes. A re-reforma em mim. Lembrei-me de Gondim, Rubem Alves, Caio Fábio, Thiago Sousa Lima, Diogo Romim e tantos outros que talvez não tenham reformado uma história toda, mas que, de forma ou outra, reformaram a minha história. Talvez tenham sido influenciados por aqueles que, outrora, mudaram tanto. Do pouco, ao muito. Quem sabe?
Histórias me intrigam. Todas se ligam, de forma ou outra. E isso é tão intrigante. Já contei que histórias me intrigam? O Nazareno me intriga. Afinal, ele também mudou algo. Na historia e em nós. Ou não?

Why tão confusa, Julia? rs

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pobre deus

Tão humano e tão deus. Humano em tudo que era, e deus apenas em amor. O mesmo Jesus que abominara a sugestão de Judas de vender o precioso elixir, que uma maria derramava em seus pés, para dar o dinheiro aos pobres era o mesmo que atentava a estes. O mesmo que mandava o homem rico vender tudo que tinha e doar a eles, os necessitados.

O Jesus que chamara de ''cachorrinho'' uma mulher que o procurara, e que só atendeu o pedido dela quando se disse ''digna apenas de migalhas'' é o mesmo que pregava a igualdade, amor aos gentios, fim da separação de judeus e gentios.

O Jesus que teve sede e o Cristo que disse que ''O que tenha sede venha a mim e beba!". Tanto chorou e no entanto enxugou tantas lágrimas. Sentiu-se cansado algumas vezes, mas dizia ser descanso.

Tão humano, tão deus. Meu Jesus. Tão pobre homem, tão amavél divindade.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Angústia

Talvez esse seja, afinal, um post de auto-ajuda. Porque eu mesma não tenho como te ajudar. Talvez seja também um desabafo, mas creio que em todas as situações que vivenciamos tiramos alguma lição não só para nós mesmos, mas também para poder ensinar algo a outro. E não serve de ajuda, na maioria das vezes, mas talvez sirva como consolo. Paradoxal todas essas ultimas frases, eu sei, eu sei.


Queria escrever um pouco sobre a angústia, mas é difícil. Nunca fui muito boa em filosofar, e nem ao menos sei usar a lógica. De tudo que tenho vivi