Não entendo: Cristãos Capitalistas

Diante das eleições presidenciais, algumas coisas continuam a me surpreender. Apesar de alguns serem dignos de nojo, e me deprimirem, não são os candidatos que geram a reação de surpresa em mim
 
As promessas governamentais são muitas: uns prometem melhoria na saúde, outros na educação, meio-ambiente, moradia; alguns tudo querem privatizar, outros tudo querem estatizar. Muitos também são os críticos que surgem. Entre eles, alguns poucos que se denominam cristãos - uma pequena minoria, face à realidade dos religiosos serem induzidos por seus “líderes” a não pensar.
 
Ironicamente, esses seguidores do populista Jesus Cristo, são os primeiros a lançarem pedras nos candidatos que se inclinam ao assistencialismo, socialismo, ou comunismo. As desculpas para tal atitude são das mais diversas. Uns dizem não votar em tal candidato por já ter matado, no outro por ter idéias ultrapassadas, no outro por ser a favor da legalização do casamento homoafetivo, ou até mesmo pela descriminalização da maconha. Talvez até fossem argumentos viáveis - apesar de, pessoalmente, eu não os considerar como válidos -, se não servissem somente de máscara para encobrir o verdadeiro motivo: nenhum desses críticos-cristãos quer perder os meios de aumentar suas posses, e alguns até mesmo se candidatam a cargos políticos somente pela possibilidade de aumento da renda.
 
Todos eles almejam a riqueza, e qualquer política “de esquerda” impossibilitaria a concretização de tal sonho - ao menos, na teoria. Chamados e atraídos pelo conforto que a prosperidade pode trazer, esquecem do encontro do Cristo com o jovem rico - “venda tudo que tens e divida com os pobres” -, e como este, preferem também ignorar a ordem do Mestre, que sempre insistiu que uma divisão igualitária de posses e verba, é a melhor forma de governo possível.