Mural de AVISOS

"A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei."


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domingo, 10 de abril de 2011

Deus e o ateu

- O que estou fazendo aqui? Sou Ateu!
- Meu filho, você está aqui porque creu! Ainda você diz que é ateu, mesmo estando aqui comigo? – pergunta Jesus com um sorriso no rosto.
- Ora, ora, ora, mais será o Benedito! Como posso estar aqui se eu morri negando a sua existência?
- Meu filho, você apenas não creu naquilo que ouviu e leu, porém, você se confessou e creu em mim com o teu coração. Você ouviu e leu diretamente de mim sem saber.
O ateu responde com um sorriso irônico...
- Acho que bebi demais...
Então Jesus continua:
- Filhote, o que você acha que eu vi em você?
- Senhor, pode parar! Não me lembro de ter me confessado nada e nem me lembro de ter oscilado em minha postura sobre tua inexistência. Pode parar! Inclusive, ainda tenho umas dúvidas se você realmente existe...
Então Jesus, manda o ateu sentar e escutar:
- Olha, como você diz que não creu sendo que você se tornou quem eu tanto ensinei? Você acha que crer é algo além do que ser o tipo de pessoa que eu ensinei? Você acha que basta receber a informação de que eu morri na cruz e fixar isso na mente de um modo como uma criança fixa o meu concorrente (“concorrente” é a conclusão dos meus amados filhos evangélicos), papai Noel, em suas imaginações?
- Jesus, eu continuo não entendendo...


- Filho, se eu fosse avaliar alguém pela convicção intelectual a respeito do Evangelho, ia ser muito complicado. Você viu lá na Terra, como a compreensão a cerca do meu reino se diverge de pastor para pastor, de igreja para igreja, de teólogo para teólogo? Pois é, a miscelânea era tão grande que inventaram muito cavalo com chifre entre eles.
- E como fica o caso deles, Jesus?
- Bem, para eles o princípio é o mesmo. Independente se eles eram da ala liberal, pentecostal, neo-pentecostal, tradicionais, católicos, judeus e etecéteras, vou sondar quem foram eles, pois através deste esquadrinhamento que faço no coração, revelam-se em quem eles creram realmente. E o “como eles reagem” baseado nas crenças, muitas vezes, não passa de um ledo engano religioso.
- Jesus, mas a bíblia deixa claro que eu teria que crer, confessar, batizar....e nada fiz e nada cri!!
- Filho, toda a minha recomendação que deixei com eles, se resumia em “amar o próximo como a ti mesmo”, se desapegar, se doar! Quantas vezes eu disse para eles deixarem de viver em favor dos seus umbigos para se relacionar com o próximo em amor e cuidado? Quantas vezes eu disse que é melhor dar do que receber? Quantas vezes eu disse que, em fazendo algo de bom ao próximo, vocês estariam fazendo a mim? O sistema religioso era tão implacável que até você me diz na minha frente “mas a bíblia deixa claro...” Você esta vendo o tamanho da confusão feita? Eu falo algo e vocês interpretam a bíblia contra mim! Lembro até hoje quando o meu amigo Tiago escreveu que a “minha religião era ajudar o próximo”, quase foi considerado um livro apócrifo. O pessoal disse que “obras não salva”. Mal sabiam eles que Tiago estava dizendo o que os meus filhos fazem e são e não como alcançar a salvação através de obras. Bem, isso foi coisa daquela instituição, que não me vem à memória o nome, que dizia que para se salvar, teria que se credenciar a igreja e cumprir todo um ritual e sacrifícios e apenas andar de amor em amor, não era suficiente.
- Jesus, o que o senhor viu em mim? Diga-me!
- Filho, você andou como eu andei. Cuidou de gente, vestiu o nu, deu água a quem tinha sede, chorou com os que choraram, não era apegado a nada e não pensava duas vezes em ser uma luz, uma ponte e um abrigo as pessoas. Você não fazia bondade para se salvar, você apenas era como eu e como aquelas crianças que me rodearam uma vez, sem saber quem eu era, com aquelas carinhas angelicais, onde só tive de dizer que delas, já era o reino dos céus. Você não pregou o Evangelho com a boca, porém você pregou com o teu jeito de ser e agir nas coisas mais triviais da vida e você “fez muitos discípulos” desse modo, assim como eu ensinei. A fé que me agrada nasce em corações sinceros diante de mim e jamais desprezo um coração contrito e cheio de amor, que é o resumo do Evangelho. Afinal, o que você acha que é “crer em mim”? Você acha que palavras me convencem? Eu vejo quem é você, e em quem você se torna dia após dia! Viu como eu te conheço melhor do que você mesmo? Se dependesse de você, você mesmo se condenaria... A tua salvação não se deu em fazer caridades e muitos menos manifestar-se religiosamente, você foi salvo porque creu em mim e crer é ser como eu e isso é muito mais do que ser partidarista a minha morte na cruz ou a outro fato da minha história como messias. Feliz é aquele que me conheceu e creu, feliz é aquele que não me conheceu e creu (estes são aqueles desconhecidos, pregado pelo meu compadre João Batista, quando disse que muitos desconhecidos sentarão na mesa de Abraão no lugar dos seus filhos), infeliz é aquele que conheceu, mas não creu.
- Jesus, eu estou sem palavras, não esperava que isto fosse acontecer comigo.
- Você apenas foi um filho que não teve a oportunidade de conhecer seu Pai. Estou aqui. Temos o mesmo DNA, que é o amor! Bem chega de papo!
- Jesus, eu tenho uma curiosidade, e Nietzsche, foi salvo?
- Bem, entre e vamos dar uma checada na lista...
- Ok! Vamos então. Primeiro o senhor, Jesus.
- Obrigado.
- Jesus, eu cresci ouvindo que religião não salva...
- Pois é meu filho, agora você acredita?
- Jesus, mais uma pergunta, e o pecado, e o arrependimento?
- Meu Deus do céu! Acabei de dizer que quando sondei você encontrei um homem bom, que guardava meus mandamentos sem saber, cheio do meu espírito e que fazia de tudo para não fazer mal a ninguém e nem a si próprio. Quer mais arrependimento do que isto? O que você queria? Um confessionário aqui na porta? Filho, eu acho que você era evangélico, pois eles adoram um ritual...


5 comentários:

  1. Curti o texto.

    Vários ateus devem estar no céu uma hora dessas :D

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. me fez lembrar isso aqui: http://cabecasdebagre.blogspot.com/2010/04/o-bom-ateu.html

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  4. Isso me lembra o filme 'Deus é brasileiro' e um conto do João Ubaldo Ribeiro 'O Santo que não acreditava em Deus'.
    Acredito de verdade nessa ideia,não acho que seja só ser crente e pronto,o céu está garantido(não acredito em céu,mas serve no momento)

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  5. Primeira vez no Blog, gostei!! :)

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