E assim, conquanto cada qual se esforce
além das próprias forças,
como no cárcere que o detesta e o detém,
há no mundo uma grande maravilha.
Sinto: toda vida há de ser vivida...
Quem é que a está vivendo, então? As coisas
que, como música jamais tocada,
na tarde ficam como numa harpa??
Serão os ventos a soprar das águas?
Serão os ramos a tocar os acenos?
Serão as flores a tecer perfumes?
As largas aléias envelhecendo?
Serão os animais quentes a andar?
Os pássaros estranhos a esvoaçar?
Quem há de ser? Vives tu, deus, a vida?
Rilke - O Livro de horas
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