Na montanha, o Senhor proverá!
Esta expressão, nascida da experiência de Abraão de quase sacrificar
seu filho ao Senhor (Gen. 22), é até hoje um provérbio do povo judeu.
Ela contém uma verdade maravilhosa, que é a providência de Deus.
Contudo, ela nos confronta também com um fato que nos inquieta: às
vezes, a fim de provar nossa fé, o Senhor nos manda "subir a
montanha" e sacrificar algo que realmente amamos muito.
Já ouvi várias vezes, em diferentes contextos e por diferentes
pessoas, uma confissão mais ou menos assim: "estou pronto para deixar
tudo hoje!", "talvez eu não sirva para esta tarefa…", "estamos a
ponto de ir embora agora…" Estes queridos, como muitas vezes você e
eu, têm sido levados à montanha, onde estão experimentando os limites
de suas forças físicas, emocionais e principalmente, os limites de
sua fé em Deus.
Conhecendo a história de Abraão, percebemos que era um homem normal,
sujeito à dúvidas e falhas (veja Gen.20) como nós. Desta forma não é
difícil imaginar o conflito interior que se instalou na alma do nosso
patriarca ao receber a ordem do Senhor de sacrificar seu único filho,
Isaque, por meio de quem iria ser cumprida a promessa de uma grande
descendência.
Não sabemos, pois o relato bíblico não nos informa se entre o momento
em que recebeu a ordem do Senhor e a decisão de obedecer houve um
período onde frases como estas citadas acima passaram pela mente de
Abraão.
Pensando melhor, sim, é muito provável que frases como esta vieram à
mente e ao coração de Abraão. A possibilidade de dar um passo atrás
era concreta, possível, e até mesmo de certa forma "justificada" ,
pois como continuar servindo um Deus que exige tamanho sacrifício?
É exatamente este o questionamento e a prova pela qual estão passando
hoje vários servos e servas do Senhor que estão buscando obedecê-lo.
Assim como Abraão, estão sendo provados, pois na maior parte do
tempo, ao olhar para as circunstâncias, tudo parece soar com uma
inequívoca voz: retorne… jogue a toalha… você está sozinho mesmo…
Dentre tantas palavras que poderiam ser usadas para sintetizar esta
experiência de Abraão e de tantos outros, obediência, sacrifício e fé
parecem-me especialmente pertinentes. Creio também que elas exprimem
com propriedade a essência do "negar a si mesmo, tomar sua Cruz" e
seguir a Jesus. Desta forma, aplicam-se a nós todos também (Mc.8:34).
A vida cristã, tenho aprendido eu, se é vivida, quando é vivida, só é
vivida através da obediência, do sacrifício e da fé. Isto vale para
todos. Para aqueles que se dedicam ao ministério em tempo integral, e
aos que foram chamados a testemunhar em vocações transformadoras em
seu dia-a-dia. Vale para igrejas e também para organizações. Sempre
envolverá entrega, sempre será uma prova de amor e fé, e sempre,
sempre contará com a provisão do Senhor.
Que tal separar os próximos momentos em intercessão e cobertura
espiritual daqueles que literalmente tem vivido "no limite" para que
outros possam ser alcançados pela graça do Senhor?
E se eu lhe convidasse também a avaliar quanto de seu dinheiro e
tempo tem sido investido no avanço do Reino?
Não sei qual é o seu "Isaque", mas lhe encorajo a continuar a
caminhada. Ah, e não se esqueça de levar o fogo e o cutelo, porque é
certo: na montanha, o Senhor proverá!!!
Beijos no amor de Jesus
Ju
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